Manifestações Públicas
Contra o mais novo ataque à ciência brasileira!
A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas – RBMC reforça o apelo das entidades científicas contra o corte, anunciado hoje, de mais de 90% dos recursos que seriam destinados ao Ministério de Ciência e Tecnologia, e que serão agora repassados a outros ministérios. O corte reduz drasticamente os investimentos em pesquisa científica e o pagamento de bolsas de estudos.
Em defesa da vida das mulheres negras.
Pela responsabilização do Estado.
Os indicadores epidemiológicos mostram que a COVID é mais mortal entre pessoas negras e elas têm sido menos vacinadas do que a população branca.
A violência policial também se volta contra corpos negros, com mais de 5 mil mortos pela polícia no Brasil a cada ano, sendo 75% negros. A pandemia não mudou esse quadro e, no período, pelo menos 337 ações policiais foram registradas apenas em comunidades na região metropolitana do Rio Janeiro produzindo novas vítimas. A mais recente delas é Katlhen Romeu, 24 anos, grávida de 4 meses, morta numa ação policial na comunidade Lins de Vasconcellos, zona norte do Rio.
A brutalidade que atinge sistematicamente cidadãs e cidadãos negros expõe o racismo estrutural e a banalização da morte da população nas periferias das grandes cidades.
A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas cobra do Estado a responsabilidade pela sua proteção.
Em defesa da ciência e das/dos cientistas
Em consonância com a Nota Técnica n ̊. 6 da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, colegas pesquisadores apontaram, a partir de pesquisa no Brasil com mais de 30 pesquisadores (a primeira a identificar questões de segurança da cloroquina em importante estudo publicado no JAMA): que o medicamento em questão, a cloroquina, não tem os efeitos benéficos esperados.
Pesquisadoras e pesquisadores do estudo foram alvos de ataques e, agora que o assunto retorna na CPI da pandemia, a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas manifesta apoio e reconhecimento às melhores práticas de pesquisa adotadas no estudo e repudia ataques a pesquisadores que fazem seu trabalho, em defesa da ciência, da vida humana e do SUS.
Em apoio à vereadora Benny Briolly
A primeira vereadora trans de Niterói, Benny Briolly (PSOL), teve que deixar o país em razão de ameaças de morte que vem recebendo desde o início de seu mandato. A ameaça se soma a agressões racistas e transfóbicas constantes. A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas tem como um dos seus eixos a violência contra as mulheres, em suas múltiplas expressões. Nesse momento, manifestamos apoio à vereadora Benny Briolly (PSOL) e solicitamos investigação e medidas protetivas imediatas das autoridades locais e nacionais. A violência não pode ser o curso da atuação das mulheres na política e na esfera pública.
Sobre o silenciamento das mulheres na CPI da Covid no Senado
A Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Senado para investigar a responsabilidade pelas mais de 400 mil mortes por Covid-19 no Brasil é formada por 18 senadores. Todos são homens. Essa composição inteiramente masculina faz mais do que reproduzir a aguda sub-representação das mulheres na política brasileira. Trata-se de uma completa exclusão, que não respeita nem sequer a representação atual das mulheres na casa. A pandemia atinge as mulheres de maneira específica. A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas é comprometida com repostas à pandemia que levem em conta a especificidade de seus efeitos sobre as mulheres. Isso não será possível sem que as vozes das mulheres sejam ouvidas, sem que elas sejam pares no debate sobre as responsabilidades e a construção de alternativas.